the maze runner

Acredite: o filme é bom.

Se você é um jovem ou um adolescente e vez por outra acorda com a sensação que nasceu no mundo errado, The Maze Runner é o filme que você deve assistir com toda a atenção possível.

O assunto principal deste filme deveria ser chamado de “Efeito Matrix” e o que importa de verdade ao final dele é saber qual seu papel nesta história sórdida que você tem vivido no planeta terra desde que nasceu.

Sim, o que ocorre neste filme de adolescente não é ficção. Diariamente a quase totalidade da população do planeta Terra é usada com cobaia em uma grande experiência científica. Acredite você ou não. Veja por exemplo o caso da eleição para presidente do Brasil: a candidata com a maior chance de ser eleita é vaiada em absolutamente todos os lugares onde ela passe. E você é taxado de ignorante se não acredita nas pesquisas que dizem isto.

SPOILER!

Resumindo o filme: o desmemoriado Thomas acorda em um local onde outros garotos e rapazes já estão há pelo menos 3 anos como prisioneiros e apavorados porque a qualquer momento algo no labirinto pode devorá-los. Você pode chamar isto de história do homem do saco, mas diariamente no planeta terra centenas de crianças e adolescentes desaparecem e nunca mais dão sinal de vida.

Aquele grupo para sobreviver inventou suas próprias regras as quais aparentemente só um deles, o dono do pedaço sabe de cor. Para quem não sabe a expressão “de cor” vem do latim e significa “com o coração”. Ou seja a maioria dos seres humanos sabem das coisas com o coração e não usam a mente para analisar nada. E vivem em eterno pavor como os garotos daquele lugar. Só que o Thomas não é um qualquer e ele começa a questionar aquelas regras e a agir por aquilo que considera correto e a enfrentar os misteriosos e perigosos seres, até matar um deles. E o que os cordeirinhos que seguem o líder querem fazer com ele por causa disto: puní-lo. (Algo tipo o policial que matou um vagabundo que quis tomar sua arma no meio de uma intervenção militar e saiu de lá morto). Sorte que muita gente viu que tal qual o Thomas no filme aquele policial também estava certo. Lá pelas tantas o líder do grupo acusa Thomas de ser um deles, um daqueles que os prenderam ali. Thomas que recupera sua memória, confirma e é ai que acontece a fala mais sábia vinda da boca de um adolescente deste que Adão foi fabricado no barro: “Não importa quem nós fomos antes. Importa quem nós somos agora!” E quem os tira daquele lugar? O líder medroso? Não: o corajoso e desmemoriado Thomas.

E o que todos descobrem quando saem de lá: que o cientista faz merda e eles foram jogados lá para fazerem parte de um experimento cientifico. Tipo o Bil Gates vacinando a África inteira e assim reaparecer uma peste chamada EBOLA acabando com todo o continente. Como já diria o Robin: “santa coincidência, Batman!”. (Estou acusando o Bill Gates de ser o responsável pelo Ebola? Não, estou acusando-o e aos seus cientistas trazerem a morte em uma seringa como qualquer pessoa com um mínimo de curiosidade pode pesquisar no Google).

Obviamente que os cientistas do filme fizeram tudo por uma boa causa, pelo bem da humanidade. E ainda dizem que vão continuar com a fase 2. Resumindo criançada: vocês vão continuar sendo cobaias de coisas que vocês nem fazem idéia que ocorrem.

Ponto máximo do filme: um bando de rapazes bonitos, presos em uma ilha por 3 anos, sem uma mulher que seja por perto e nem um único caso de homossexualismo para contar história. Muitas cenas tocantes como o Thomas chorando a morte de seu amigo. Mas pelo menos nesta prova eles passaram.

Nota 10 para o filme. Porque hoje eu estou legal.
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HEIST!

Bom filme, com um clima bastante naturalista e um roteiro bem construído e cheio de reviravoltas.

Trata-se de um filme de diretor, onde David Mamet consegue conduzir seus personagens em uma trama até certo ponto simples – veterano assaltante é obrigado a realizar um último assalto – mas ao mesmo tempo cheio de surpresas.

O estilo de “O Assalto” lembra o de filmes da década de 70, como “Espantalho”, onde as situações são mostradas de forma crua e realista. O filme tem alguns diálogos ótimos, como a conversa entre Delroy Lindo e Sam Rockwell sobre o policial com a Bíblia, e algumas atuações realmente muito boas, como as de Danny DeVito, Gene Hackman e o próprio Delroy Lindo.

Porém, o grande pecado do filme coincidentemente é também um de seus grandes trunfos: o inesperado do roteiro. São tantas as mudanças na trama que o golpe em si acaba se tornando por demais inverossímil e muito elaborado, causando uma certa estranheza e fazendo com que você você já espere que algo fora do normal vá acontecer em cena (o famoso “plano B”).

Mas, ainda assim, um bom filme que merece ser visto.

Another Earth.

Acabei de assistir ao filme e a impressão que me deu durante todo ele foi de pura angústia. O mundo estava girando lá fora, todos enlouquecendo por causa dessa ‘outra terra’ e aquilo não interferia na dor da garota. Ela estava tão imersa em sua culpa e como jamais poderia ser ela mesma que algo extraordinário estava acontecendo sem que sequer se importasse com isso. Para mim ficou a impressão de uma história de busca pela paz interior para experimentar a vida exterior (seguindo uma dica dada por um velhinho faxineiro).

Achei extremamente incrível como todo o som foi trabalhado no filme. Senti como se tivesse mergulhado numa piscina e meus ouvidos tivessem ficado com água, aquele estado onde tudo a sua volta se movimenta e faz barulho mas você está envolto numa redoma sonora e tudo que importa é sua necessidade de se livrar do que não te deixa experimentar o mundo. Talvez essa tenha sido uma das intenções do diretor, dos roteiristas, não sei…

Tive que ver a cena final umas duas vezes, e ela me deixou pensando numas 3 possibilidades do que realmente está acontecendo: reais novas chances, fatalidade do destino imutável e loucura induzida pela culpa. Qualquer que seja a coisa, eu realmente queria o filme se desenrolando um pouco mais pra saber o que aconteceria.

Quem não gosta de filmes de final aberto e que te faz pensar em coisas como “será que ela realmente…?” provavelmente não vai curtir. Mas toda experiência é válida, até aquelas bastante controversas e sem “bottom line”.

Uma curiosidade boa: o filme foi inspirado quase como um remake de um clássico dos anos 60, “Journey To The Far Side Of The Sun” (Doppelgänger) 1969: é um filme britânico dirigido por Robert Parrish e estrelado por Roy Thinnes, Ian Hendry, Lynn Loring e Patrick Wymark. Fora da Europa, ele é conhecido como J”ourney to the Far Side of the Sun”, que é atualmente seu título mais popular. No filme, uma missão conjunta NASA-Europa para investigar um planeta em uma posição paralela a Terra atrás do Sol termina em desastre com a morte de um astronauta. Seu colega percebe que o planeta é uma cópia reflexa da Terra, onde todos os aspectos da vida correm ao contrário.

Bacana, né? Então confira!

Segue aqui um trailer: https://www.youtube.com/watch?v=N8hEwMMDtFY

Predestination

Simplesmente fantástico. Sempre gostei de filmes intrigantes. Alguns são tão intrigantes que dá pra perceber quando o roteirista se perde um pouco. Mas definitivamente este não é o caso.

“O Predestinado” é um filme de alto nível e não deixa pontas soltas. Tá tudo lá. Como Jane foi parar no orfanato, como Jane vira John, como ela engravida a si mesma gerando uma cópia exata devido a mesma carga genética, etc.

Esse filme é tão bom que ele deixa várias informações na sua mente, informações que não estão no filme. Ex: Como John vai até Jane pela primeira vez? Para que isso acontecesse, Jane só precisaria ter engravidado de qualquer um, pois ela só se torna John depois do parto, e é a cirurgia pós parto que remove seus ovários e útero a tornando um homem saudável e fértil. Com isso bastava um salto para iniciar o ciclo que o filme mostra: John engravidando Jane, Jane sendo roubada no berçário e deixada no orfanato.

(Isso não é spoiler, acreditem).

Só assisti uma vez, mas assistiria de novo essa obra de arte.
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Poder Sem Limites.

Muito bom o filme. Fico feliz que o filme não tenha me decepcionado, após uma das melhores divulgações que já pude conferir.

O estilo “falso documentário” não é uma maneira de baratear os custos, finalmente. Quer dizer, talvez seja também, mas a ideia não é jogada por qualquer razão no filme. Na verdade tirando, talvez, a primeira cena de voo, os efeitos são bem melhores do que eu achava que seria.

O trio é um show a parte. A relação entre eles e com todo o resto após ganharem esses poderes é o grande barato do filme. Curioso ver a mudança dos garotos após ganharem esses poderes. Mudanças de caráter e sobre o que acham dessas novas habilidades. Antes o que era só diversão se tornou responsabilidade pra um e apresentou uma nova, e perigosa, filosofia pra outro. E pra outro, que já tinha uma vida aparentemente zerada de problemas e dúvidas antes, uma vida perfeitinha, em nada esses poderes puderam acrescentar para que houvesse uma mudança. Pra esse nada precisava ser mudado.

A mudança de Andrew recebe o foco do filme, personagem que mais nos importamos, onde ficamos feliz conforme Andrew vai se dando melhor com seus amigos e no colégio após obter esses poderes, e claro, tristes quando as coisas param de dar certo.

Com certeza vão me escrachar, mas eu gostaria de ver uma continuação. Não que isso tenha me incomodado, mas gostaria de saber a origem dos poderes. E nada garante que de centenas pessoas apenas os três tenham entrado na gruta. Quem sabe após os eventos explosivos do final as outras pessoas que podem ter ganhando esses poderes decidam se revelar, ou também possam começar a adotar a filosofia do Andrew.

Enfim, nunca quis tanto ter superpoderes como quis enquanto assistia ao filme.
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O Monge.

Um bom filme francês, porém bem difícil de assistir, onde o enredo sobrepuja toda fotografia e filmografia. Aconselho prestar muita atenção aos DIALOGOS, principalmente o inicial onde o monge Ambrósio está dentro do confessionário com um pedófilo (quem é ele?). Essa narrativa, acho eu, é a BASE de toda a trama. Por isso enfatizo na atenção e compreensão deste, como de TODOS os diálogos do filme.

Se você está esperando mais um filme americano cheio de ação, suspense policial, clichê com intrigas e mistérios trivais, não assista. É um filme com conteúdo bem forte, mesclando levemente um suspense com tabús religiosos que não irei citar aqui pra não prejudicar o mistério.

Atuação de Vicente Cassel é impecável.

Ambientação foi bem selecionada e a Filmografia também boa, com muito efeitos de penumbra para dar um ar bem gótico e sombrio ao filme.

Prepare-se para tirar suas próprias conclusões, pois como vários filmes de Dominik Moll, os desfechos não serão previsíveis e tradicionais. Resumindo (com spoilers): Um filme lento (o que pra mim foi o maior pecado), com conteúdo e narrativas importantes, com o jogo de da antitese entre fé e desejo, entre o bem e o mal, além de um apelo pagão e sexual.

Faltou um molho, uma velocidade. Mas gostei.
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Frankenstein – Entre Anjos e Demônios

Bom, pessoalmente não gostei muito, achei o roteiro fraco e cheio de clichês, além de atitudes inconsistentes dos personagens. Mas queria chamar atenção para um comentário que eu li de um “crítico” que declara: “Outro deslize se refere à movimentação do monstro: apesar de Eckhart repetir seu andar pesado, esta característica bate de frente com a agilidade demonstrada nas lutas, especialmente no combate com bastões.” Isso mostra apenas que muitos críticos, assim como a maioria das pessoas desconhece a obra original de Mary Shelley, que totalmente diferente do monstro que estereotipou o personagem nos cinemas estilo Boris Karloff, descreve-o exatamente como muito rápido e ágil apesar do enorme tamanho. E nesse ponto o personagem de Aaron Eckhart também deixa a desejar por ser um homem de tamanho normal. Eu gostaria de um no mínimo do tamanho do Kevin Durant, que tem quase 2m, e ainda colocaria uma bota com plataforma.

“Blablabla os fãs amaram” é óbvio que os fãs de Frankenstein não vão ter motivo pra se revoltar!

Já foram feitos 250 adaptações de Frankenstein pro cinema e TV onde apenas UMA é fiel ao romance de Mary Shelley (uma mini-série feita pra TV no ano de 2004, no Hallmark Channel). A obra já foi distorcida tantas vezes no cinema e em filmes de TV que uma distorção a mais ou a menos não faz a menor diferença.

E ainda vem por aí mais filmes baseados no livro de Mary Shelley, que vão continuar distorcendo a obra. Podem fazer bons filmes (como os 3 primeiros da Universal em que Boris Karloff interpreta a criatura), podem fazer péssimos filmes, podem fazer adaptações e versões (futuristas, teens, brigando contra vampiros, etc…), TODAS continuam a distorcer a obra original.

O romance de 1818 é uma obra-prima da literatura gótica. Não é terror propriamente dito. A maior parte do livro é dramática, há nuances de terror, mas a maior parte é um drama pesado e agoniante. Quando resolverem respeitar essa obra (como foi na mini-série de TV), teremos um filme com cerca de 3 horas e meia.

Eu ainda espero uma obra fiel pro cinema. Até temos bons filmes com o título Frankenstein, mas nenhum é fiel ao livro.

Por tanto, realmente não há motivos pros fãs ficarem revoltados. Fidelidade a obra original nunca foi o forte das adaptações que tenham o nome Frankenstein envolvido.
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Sob a Pele.

Um culto implícito ao materialismo humano, sem precedentes na história do cinema.

A protagonista é uma alienígena disfarçada sob uma pele humana feminina, altamente atraente, sexy e sedutora, cuja a finalidade, aparentemente é seduzir homens com sua beleza e apreende-los em seguida para a retirada de suas peles humanas. Observa-se que a personagem explora apenas do poder de sedução sexual humana para capturar suas vítimas. Não nota-se em qualquer momento do filme o uso de poderes extraterrestres, tecnologia e recursos telepáticos acima dos seres humanos, como sugere os diversos filmes de ficção científica, como artifício de se obter o domínio humano.

O fato é: este épico não trata-se de ficção científica, nem alienígenas e nem sobre sexualidade. O filme reflete sobre a beleza física, como forma direta de acepção social do ser humano, num mundo materialista e artificial, onde as aparências superam o conteúdo real das coisas e pessoas.

A protagonista, ao sensibilizar-se com a compaixão humana e desejar tornar-se um deles, conscientiza-se do poder de atração da sua beleza material, como sugere a cena em que ela num momento narcisista, analisa a bela forma de seu corpo (pele) humano artificial.

A criatura extraterrestre, incomunicável e solitária na civilização terráquea, testa a solidariedade, os prazeres e os perigos reais de natureza humana, na pele de uma mulher bela.

Destaque para a cena final, em que o estuprador rasga a pele artificial, durante a briga com a alien e descobre sua verdadeira identidade. A atração carnal inicial do lenhador torna-se imediatamente aversão a criatura e a primeiro momento foge do local. A protagonista olha fixamente para seu rosto humano artificial, refletindo sobre o efeito da beleza física como uma grandeza e instrumento de poder subjetivamente humano. Em seguida o estuprador retorna com um galão de querosene e num gesto de indignação e repúdio, joga sobre a estranha e, na sequência, ateia fogo, explodindo a criatura em pedaços.

Um bom filme fora do convencional, feito para se pensar.
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A Lista de Schindler.

Spielberg, Spielberg, Spielberg… O que dizer de um filme ganhador de 7 Oscars e que está entre os 10 melhores filmes de toda a história do cinema estadunidense pelo American Film Institute? Steven Spielberg dirige brilhantemente o maior e melhor filme já feito sobre o holocausto, com atuações impecáveis (Liam Neeson faz a melhor atuação de sua carreira no papel de Oskar Schindler) e um roteiro simplesmente fantástico!

O filme é ambientado em 1939, e mostra os alemães iniciando a relocação dos judeus poloneses para o Gueto de Cracóvia, pouco tempo depois do início da Segunda Guerra Mundial. E através da fotografia preto em branco e da direção de Spielberg, ganhadoras do Oscar, desenvolve-se uma historia sobre genocídio e desespero e também de amor e esperança.

O filme é: um drama e ao mesmo filme um filme de terror, pela quantidade de barbaridades e crueldades vistas. Muitas vezes apenas o suspense já aterrorizava, naqueles momentos de incertezas, quando ninguém sabia onde começava o inferno. A história se passa no gueto da Cracóvia, uma cidade polonesa, mas tenta recriar, em 3 horas e 15 minutos, todo o monstruoso sofrimento do povo judeu nas mãos dos alemães nazistas, na segunda guerra. É possível que tenha existido um ou vários Schindlers naquela época, não acredito que a insanidade do nazismo tenha contaminado 100% dos alemães. O nazismo é uma abreviatura de nacional socialismo, ou seja, se dizia um partido socialista. Atrás de nomes populares e atrativos se escondem pessoas das piores qualificações possíveis. O que podemos aprender dessa fase negra da humanidade? Acredito que nenhum partido político é dono absoluto da verdade e que o pluripartidarismo é a melhor forma de ter representantes de todas as minorias e formas de pensamentos e organizações possíveis e necessárias. A liberdade e diversidade de imprensa é o antídoto contra o pensamento único e contra as insanidades.

Recordo-me a primeira vez que assisti “A Lista de Schindler”, eu era uma criança ainda. Na mesma época nas aulas de historia na escola aprendíamos sobre a II Guerra Mundial. Mas foi ao assisti-lo que tive o contato mais sombrio com os horrores do holocausto. Quero guardar na memória a sensação daquela criança que ficou durante mais de três horas de filme fascinado com o poder do cinema e indignada com a maldade do homem.

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Drácula Untold, A História Nunca Contada. 2014.

Um herói como ele é!

(sou suspeita pra falar, pois amo todas as franquias de Drácula, mas vamos lá…)

Filme excelente! Ao contrário do que alguns disseram por aí, ele não “transforma o Drácula em bonzinho”, ele não o faz, ele apenas procura mostrar os “heróis como eles são”, um “herói de outro tempo”, fazendo uma analogia ao livro de Lyermontov.

Primeiro temos que ter em mente duas coisas: existe um “Vlad Tepes histórico” e o “Vlad Tepes da ficção”. O Vlad Tepes histórico é um personagem cruel, mas um herói na Romênia e na Moldávia. Alguém pode perguntar: “mas como um homem que torturava pode ser herói”? Senhores, deixem de frescura, estamos falando de um personagem do século XV, e com o agravante de ter vivido em tempos de guerra, na posição de ofendido, e não de agressor! Querer aplicar a um personagem do século XV os mesmos códigos morais e éticos do século XXI é simplesmente pueril!
Agora falemos do “Vlad Tepes fictício”, este se baseia num personagem real, elevado à categoria de um “super-herói”, só que em vez do super-herói que tem apenas virtudes como um Batman ou um Superman, ele tem seu vício. Lembremos do diálogo de Vlad Tepes na caverna:
– Quantos você matou?
– Centenas.
– Pare de mentir, foram milhares!
Não existe no mundo um governante qualquer que “nunca matou”, direta ou indiretamente.

Olhemos para a história real: Alexander Nevsky, santo ortodoxo e grão-príncipe de Novgorod, foi eleito o maior nome da Rússia em 2008, ele foi responsável por derrotar os suecos onde hoje é São Petersburgo, em sua frustrada “Cruzada Sueca” (em realidade uma raide viking disfarçada de cruzada cristã), e a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos sobre um lago gelado, levando parte dos cavaleiros a romperem o gelo e se afogarem no lago gelado. Alexander também pagava tributos aos mongóis com o seu próprio povo, a eles entregues como escravos. Getúlio Vargas é considerado um herói por muitos por ter contribuído para a industrialização do Brasil, embora tenha simpatizado com o Eixo, perseguido e torturado pessoas. Stalin, da URSS, foi considerado o maior 3º maior nome da Rússia, em 2008, por votação popular, a despeito das repressões de sua época. Andrew Jackson é uma referência para os americanos, apesar de ter defendido abertamente o extermínio de índios. Logo, em política, não existe essa de “fulano foi bonzinho”, parafraseando o jornalista russo Maxim Shevchenko: “bonzinho” é um bebê de três meses que acabou de nascer. O real Vlad Tepes é para romenos e moldavos um herói, independente do que livros de ficção ou filmes tenham tentado fazer ele parecer. Pessoalmente concordo com os romenos e moldavos, o Império Turco-Otomano era conhecido pelo estupro de rapazes, inclusive pela prostituição masculina. Não conheço nenhum país que foi colonizado pelos turcos e teve algum tipo de progresso, exceto guerras interétnicas. A própria Turquia é conhecidíssima das mulheres pelo mais vil tipo de destrato por que passam. É bem comum ver sites, por exemplo, de aprendizado de línguas, onde mulheres escrevem expressamente que não querem falar com turcos, por causa da forma como eles as assediam. Nunca vi nada do tipo, por exemplo, contra angolanos, brasileiros ou chineses. Se alguém acha que essa é uma opinião “equivocada”, recomendo fazer um perfil de mulher numa rede social com muitos participantes turcos. Também é um país conhecido pelo genocídios dos armênios.

Drácula não é o único “herói malvado, porém bom” do cinema, repito: basta ler Lyermontov. “O herói do nosso tempo”, um herói cheio de vícios! Basta ler Taras Bulba, de Gógol, cujos homens até estupram mulheres do inimigo que fazia o mesmo com suas mulheres (a despeito do filme homônimo não ressaltar isso).

Eu considero o filme bastante rico por ele não se ater a maniqueísmos baratos estilo heróis de historinha em quadrinhos. Ele também acabou com essa história de “vampiros fofinhos”. Porém há alguns furos no filme, por exemplo, quando os turcos invadem o mosteiro sem que ele, com seus superpoderes, sequer perceba. A luta final também me pareceu bastante clichê e totalmente previsível. No mais, recomendo!

Ps: Ao sujeitinho que disser que fantasia é coisa de pessoas sem cultura, recomendo Júlio Verne, José de Alencar, J. R. Tolkien, Omar Khayan e também uma boa dose de humildade. Há dois ignorantes, o ignorante que não sabe de nada e o ignorante que acha que “sabe de tudo”.

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